A Nova Perspectiva e Efésios

A Nova Perspectiva e Efésios


A Nova Perspectiva em Paulo é geralmente associada a uma reinterpretação de Romanos e Gálatas, na medida em que estes dois livros têm sido mais intimamente associados à Velha Perspectiva e à tradicional interpretação protestante de justificação sendo derivada dessas duas epístolas. Porém, a interpretação tradicional (em especial a reformada) em Efésios 1 e 2 deveria também ser reexaminada à luz da Nova Perspectiva.

A mensagem do Evangelho, disponível a qualquer um que crê, foi uma ameaça direta à posição especial que Israel tinha detivera como povo escolhido. De acordo com a Nova Perspectiva, esta oposição à completa inclusão dos gentios foi o maior assunto, apesar de não dirigido contra a oposição judaica ou judaizante, mas escrita para os crentes gentios a fim de assegurá-los da sua completa inclusão com os crentes judeus na Nova Aliança. Efésios 2:11-3:21, que forma o coração do livro, são bastante explícitos acerca dessa questão: o "mistério de Cristo", que é "os gentios são conjuntamente herdeiros, membros de um mesmo corpo, e participantes da sua promessa em Cristo por meio do evangelho" {Ef 3:4-6}. Porém, na interpretação reformada tradicional, os capítulos 1 e 2 são lidos como se não tivessem nada a ver com a questão judeu-gentio, e em vez disso são lidos como se fossem um tratado sobre eleição individual.

Quem é "nós" e quem é "vós"?


A chave para entender Ef 1-2 é identificar quem Paulo quer dizer por "nós" e por "vós" e "nos". Por exemplo, quando ele afirma "nos escolheu ... nos predestinou" {Ef 1:4,5}, o que exatamente constitui "nos"? Como o contexto define "nos"? Quais são as características definidoras do grupo de pessoas a qual Paulo se refere?

No primeiro verso da epístola, Paulo designa seus leitores como pistois en Christo Iesou, "fiéis em Cristo Jesus". No restante de suas epístolas, Paulo só aborda seus leitores como pistois uma outra vez, em Colossenses. Esta designação, então, tem significância especial para os leitores de Efésios. A proeminente regra de fé nos versos subsequentes destaca o fato que a designação de Paulo tinha a intenção de emoldurar a auto-percepção de seus leitores.

Em conexão com "havendo sido predestinados" no verso 11, paulo identifica "nós" nos versos 11 e 12 com "os que primeiro esperamos em Cristo". No verso 13, ele identifica "vós" como tendo sido incluídos em Cristo "depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e nele crestes". Ele refere no verso 15 à "fé que há entre vós", no verso 19 como "nós, que cremos", e estabelece em 2:8 que "sois salvos por meio da fé". Baseado nos versos acima, uma característica definidora de ambos "vós" e "nos" ao longo da passagem claramente aparenta ser que eles são crentes e têm fé.

Vós gentios e nós judeus


No verso 2:11, "vós" é mais explicitamente identificado como "gentios na carne, e chamados de não-circuncidados pelos que se chamam participantes da circuncisão na carne, feita por mãos humanas". É provável que virtualmente todos os leitores de Paulo fossem gentios, então este verso define ainda mais o "vós". A identificação de Paulo com "nós" como os primeiros a esperar em Cristo em 1:12 agora faz mais sentido: a primeira geração de cristãos, incluindo o próprio Paulo, era de judeus crentes; portanto, onde "nós" é contrastado com "vós", Paulo está referindo-se aos crentes judeus. (Quando não contrastado com o "vós", Paulo pode estar referindo-se ou aos crentes judeus ou crentes judeus e gentios considerados como um todo.) Isto conecta a parte anterior da epístola tematicamente com a seção central, o ponto principal disto sendo a união dos judeus e gentios em um corpo {Ef 2:16, 3:6}.

Tomando este entendimento de volta nas passagens lidando com a eleição ajuda a compreender melhor o intento de Paulo. Em 1:4-5 Paulo discute como Deus nos escolhe e nos predestina; aqui, ele está escrevendo dos judeus e gentios considerados conjuntamente. Ele está incluindo os gentios na eleição que Israel já entendia como se a tivessem. Seu ponto é que os gentios não são um arranjo posterior no plano de Deus; eles foram escolhidos antes da fundação do mundo {Ef 1:4} prenuncia 3:6: o "todas as coisas" que estão sendo reunidas sob uma cabeça são os crentes judeus e gentios.

Os versos de 11 a 14 começam a fazer distinção entre "nós' e "vós". O "nós" do verso 11 que foram predestinados são definidos no verso 12 como os primeiros a esperar em Cristo; i.e. Paulo agora quer dizer por "nós" a primeira geração de crentes, que eram majoritariamente judeus. Então "também vós [crentes gentios] depois que ouvistes a palavra da verdade, nele fostes selados". Paulo está dizendo que assim como nós judeus que cremos fomos escolhidos e predestinados de acordo com o plano de Deus, da mesma forma vós gentios fostes inclusos no mesmo plano. Os gentios são completamente incluídos no plano que Deus tinha desde o início.

No início do capítulo 2, Paulo prossegue a comparação: assim como "vós estáveis mortos em ofensas e pecados", mesmo assim "todos nós antes andávamos nos desejos de nossa carne ... éramos filhos da ira por natureza, assim como também os demais" {Ef 2:3}. Os judeus, assim como os gentios, estavam dantes alienados de Deus - o mesmo ponto que ele faz em Fl 2:15-16, e reitera explicitamente acerca dos gentios em 2:12-13.

Em razão da ênfase individualística da Velha Perspectiva, Ef 1:1-2:10 tem sido interpretada como uma exposição da eleição incondicional individual, depravação total, e regeneração anterior à justificação. Entender o papel da questão judeu-gentio leva a uma diferente concepção da mensagem de Paulo aqui - uma que alcança os crentes gentios e assegura-lhes que eles são tão fundamentalmente uma parte da eleição e plano de Deus quanto Israel o foi no Antigo Testamento. Apesar de este entendimento ainda ser possível de se encaixar na moldura reformada, ele não requer o entendimento reformado da eleição incondicional individual. Crentes gentios estão sendo reassegurados que eles são tão "escolhidos" quanto os crentes judeus foram - porque a escolha de Deus não é baseada em se são judeus ou gentios, mas em vez disso na fé em Cristo como único critério necessário.

META
Título Original The New Perspective and Ephesians
Autor Keith Schooley
Link Original http://evangelicalarminians.org/the-new-perspective-and-ephesians/
Link Arquivado http://archive.today/ZNTve

A Nova Perspectiva e o Desenvolvimento da Doutrina Reformada

A Nova Perspectiva e o Desenvolvimento da Doutrina Reformada


A Nova Perspectiva em Paulo é um desenvolvimento que tomou lugar nas últimas décadas em estudos bíblicos, acerca do pano de fundo e contexto contra o qual o Novo Testamento, e os escritos do Apóstolo Paulo em particular, deveriam ser interpretados. Ela tem-se tornado controversa recentemente, mas é majoritariamente atacada com base nas implicações que ela pode ter para a doutrina reformada, não sobre a solidez dos estudos bíblicos que a criaram. A maioria dos estudiosos bíblicos reconhece a legitimidade de pelo menos alguns aspectos da Nova Perspectiva, e mesmo uma modesta aceitação da Nova Perspectiva pode iluminar por que a doutrina de Lutero, Calvino e os reformadores tomou a forma que tem.

O que aconteceu, em resumo, foi isso: tanto Agostinho em seus dias quanto os reformadores nos seus dias estavam respondendo a desafios (Pelágio e a igreja católica medieval, respectivamente) que minavam a necessidade da graça de Deus na salvação humana. Pelágio mantinha que era possível, ao menos em princípio, para qualquer ser humano viver inteiramente sem pecado e portanto sem necessitar do perdão de Deus e da obra expiatória de Cristo. A igreja católica medieval construpira um sistemna de obras meritórias pelo qual a pessoa podia obter salvação; penitência e indulgências eram meramente parte desse sistema. O que Lutero pensou ter encontrado nos escritos do Apóstolo Paulo, em especial em Romanos e Gálatas, foi um argumento inspirado e vigoroso contra precisamente estes desafios. Paulo argumenta estridentemente que a justificação é pela fé e não por "obras da lei" (Rm 3:28; Gl 2:16; 3:2,5). Lutero e os reformadores depois dele aplicaram o termo "obras da lei" a qualquer sistema legal pelo qual a pessoa pudesse porventura merecer salvação. Eles liam nos escritos de Paulo suas próprias lutas com um sistema legalista, e dese modo porderam o que a Nova Perspectiva vê como a real luta que Paulo estava lidando: a resistência dos judeus à completa inclusão dos gentios como povo da aliança de Deus. Desde que a igreja estava há muito tempo sendo predominantemente gentia, este aspecto do argumento de Paulo era fácil de esquecer. Onde Paulo estava preocupado com evangelizar os gentios sem requerer deles a observância à Torah (i.e. às "obras da lei"), os nreformadores estavam preocupados em estabelecer um relacionamento entre o crente e Deus baseado inteiramente na graça de Deus sem qualquer "obra" contribuinte do fim humano afinal.

Tendo começado nessa direção, ambos Agostinho e os reformadores estavam preocupados em eliminar a possibilidade de qualquer espécie de sincretismo - isto é, de qualquer ação humana que pudesse contribuir para a salvação da pessoa. Eventualmente, eles concluíram que mesmo o exercício da fé não poderia trazer uma pessoa à comunidade da aliança, sob pena de tal exercício ser considerado uma "obra" na qual o indivíduo pudesse "gloriar-se". (Isto, não obstante o fato que Jesus não via problema em construir fé como "obra": Jo 6:27-29). Certamente, a fé foi aclamada como o meio pelo qual o indivíduo apropriava-se da salvação feita pela graça de Deus; mas a fé só podia ser exercida por alguém que tivesse sido escolhido pela eleição incondicional de Deus, e inevitavelmente seria exercida uma vez que Deus regenerou o descrete e aplicou-lhe graça irresistível; em outras palavras, fé era algo como subproduto do processo de eleição.

Apenas para deixar claro, não estou dizendo que os reformadores estavam errados em reconhecer e enfatizar a asserção de Paulo que a justificação é pela graça mediante fé. Porém, Paulo não trata esta asserção como algo novo - ela é pelo menos tão antiga quanto Abraão. O que a Nova Perspectiva faz é reabrir nossos olhos para as reais questões dentro do judaísmo do primeiro século para as quais Paulo estava respondendo, o que por sua vez nos permite reexaminar as passagens que têm sido historicamente tratadas como cruciais à doutrina reformada.

META
Título Original The New Perspective and the Development of Reformed Doctrine
Autor Keith Schooley
Link Original http://evangelicalarminians.org/the-new-perspective-and-the-development-of-reformed-doctrine/
Link Arquivado http://archive.today/4Qesr

Versos que Todo Arminiano Deveria Conhecer

Versos que Todo Arminiano Deveria Conhecer


Esta lista foi compilada há mais ou menos um ano por muitos membros da Sociedade dos Arminianos Evangélicos. Fui convidado a colocar este post em formato de blog, e finalmente está pronto.

Espero que esta seja uma fonte útil para qualquer arminiano que precise de bons textos escriturais que demonstrem seu ponto de vista. Devo precaver que coletar textos-prova é fácil para alguém fazer, e em qualquer destes versos se deve considerar o contexto. É bastante frequente ignorar o contexto, e com isto, surgem interpretações errôneas. Então, use os versos, mas corrobore seus contextos. Nós nos esforçamos para considerar cuidadosamente o contexto de cada passagem, e em nossas mentes, estes versos e explicações representam fielmente a intenção do autor, mostrando que o arminianismo tem forte apoio bíblico.
  • Versos que mostram que a eleição é condicional:
    • Mateus 11:28-30 – Salvação é um convite aos que virão.
    • João 3:16
    • João 4:42
    • João 6:40
    • João 6:51 – Tem que comer do pão da vida para ser beneficiado.
    • Atos 13:39
    • Romanos 1:16-17
    • Romanos 9:30
    • Romanos 5:1-2 – É pela fé que somos feitos parte e Cristo.
    • Efésios 1:13
    • 1 Timóteo 4:10 – Jesus morreu por todos, mas há um subconjunto específico que recebe os benefícios: aqueles que creem.
    • 1 Pedro 1:1-2 – A eleição é com base na presciência de Deus de quem irá crer.
  • Versos que mostram que a expiação está disponível a todos:
    • Isaías 53:6 – A iniquidade de todos nós foi posta em Cristo.
    • Mateus 11:28-30 – Qualquer que venha a Cristo é bem-vindo.
    • Mateus 18:14 – O Pai não deseja que ninguám se perca.
    • João 1:7 – Jesus a intencionou para todos, e quer que todos creiam.
    • João 1:29
    • João 3:16-17
    • João 6:33, 51
    • João 12:32, 47
    • Romanos 3:23-24 – Todos pecaram e todos têm acesso à justificação em Cristo Jesus.
    • Romanos 5:6 – Cristo morreu pelos ímpios. Sendo todos ímpios, Cristo morreu por todos.
    • Romanos 5:15 – Já que o pecado propagou-Se a todos, a expiação de Cristo é destinada a todos.
    • Romanos 10:13 – Quem invocar o nome do Senhor será salvo.
    • 2 Coríntios 5:14-15 – Todos morrem, e ainda Cristo morreu por todos.
    • 1 Timóteo 2:3-6 – Deus deseja que todos os homens se salvem, e entregou-Se a Si mesmo por todos.
    • 1 Timóteo 4:10
    • Tito 2:11 – A graça de Deus necessária ao arrependimento aparece para todos.
    • Hebreus 2:9 – Jesus provou a morte por todos.
    • Hebreus 10:10 – Cristo ofereceu-se de uma vez por todas.
    • 2 Pedro 3:9
    • 1 João 4:14
    • 1 João 2:2 – Jesus é a propiciação, não só para crentes, mas pelo mundo todo.
    • João 4:42
    • Revelação (apocalipse) 22:17
  • Versos que mostram que a graça é resistível:
    • Jeremias 7:24
    • Lucas 7:30
    • Atos 7:51 – Flagrante resistência ao Espírito Santo. É apropriado para inferir que, se eles não resistissem, eles teriam sido levados ao arrependimento.
    • Romanos 10:16 – Nem todos que ouvem crerão.
    • 2 Coríntios 6:1 – É possível receber a graça de Deus, ainda que não se aproprie dela em suas vidas.
  • Versos que mostram que devemos permanecer em Cristo para estar seguros:
    • Romanos 11:17-24
    • 1 Coríntios 15:2
    • Efésios 5:3-7
    • Colossenses 1:21-23
    • 2 Pedro 1:10
    • 2 Pedro 2:20-22
    • Hebreus 6:4-6
    • Hebreus 10:26
    • Tiago 1:12; 5:19-20
  • Versos que mostram que o homem tem livre-arbítrio libertário
    • Oferecimento libertário:
      • Êxodo 35:29; 36:3
      • Levítico 7:16; 22:18, 21, 23; 23:38
      • Números 15:3; 29:39
      • Deuteronômio 12:6, 17; 16:10
      • 2 Crônicas 31:14; 35:8
      • Esdras 1:4, 6; 3:5; 7:16; 8:28
      • Salmo 119:108
      • Ezequiel 46:12
      • Amós 4:5
    • Isaías 1:19-20 – Poder escolher entre ser obediente ou rebelde.
    • Ezequiel 33:11 – Ter habilidade de escolher por diferentes opções.
    • Lucas 7:30 – Fariseus rejeitaram o que Deus queria para eles.
    • João 7:17 – A pessoa deve querer fazer o que Deus está dando-lhe a graça para fazer. Esse versículo mostra que Deus permite coisas que Ele não quer que aconteça.
    • 1 Coríntios 7:37 – Poder sobre a própria vontade – eis a definição de livre arbítrio libertário.
    • 1 Coríntios 10:13
  • Versos demonstrando a graça preveniente de Deus
    • Jeremias 31:3
    • João 16:7-11
    • Romanos 2:4 – É a graça de Deus que nos leva ao arrependimento.
    • Romanos 10:14-17 – Deve-se ouvir a Palavra de Deus para se vir à fé.
    • Tito 2:11 – A graça de Deus leva ao arrependimento.
  • Versos mostrando que o pecado não vem de Deus
    • Jeremias 7:24
    • Tiago 1:13-15
    • 1 João 2:16

META
Título Original Verses All Arminians Should Know
Autor Bossmanham
Link Original http://evangelicalarminians.org/verses-all-arminians-should-know/
Link Arquivado http://archive.today/Ja6AI

Um esboço do FACTS arminiano contra o TULIP calvinista

Um esboço do FACTS arminiano contra o TULIP calvinista

ARMINIANISMO


O arminianismo pode ser representado pelo acrônimo FACTS:
  • Freed by Grace (to Believe) – Livre pela graça {para crer}
  • Atonement for All – Expiação para Todos
  • Conditional Election – Eleição Condicional
  • Total Depravity – Depravação Total
  • Security in Christ – Segurança em Cristo

De maneira ampla e um tanto imprecisa estes pontos correspondem aos do histórico Artigo da Remonstrância (embora esta não seja especificamente uma representação deles), os quais foram compostos em 1610 pelos primeiros arminianos e constituem o primeiro sumário formal da teologia arminiana. Os pontos serão apresentados aqui em ordem lógica, em vez da ordem acima no acrônimo, para fins de facilitar sua explanação.

Depravação Total (Artigo 3)

  • A humanidade fora criada à imagem de Deus, boa e direita, mas caiu de seu estado original sem pecado através de deliberada desobediência, deixando a humanidade em estado de pecado, separada de Deus, e debaixo da sentença de divina condenação.
  • Depravação total não significa que os seres humanos são tão maus quanto eles podem ser, mas que o pecado impacta cada parte do ser pessoal e que as pessoas agora têm uma natureza pecaminosa com uma inclinação natural para o pecado, fazendo cada ser humano ser fundamentalmente corrupto em seu coração.
  • Portanto, o ser humano não é capaz de pensar, ter vontade, nem fazer nada de bom em si mesmo, incluindo favor meritório para Deus, salvar-se a si mesmo do julgamento e condenação de Deus que fora reservada para vosso pecado, ou mesmo crer no Evangelho.
  • Se qualquer pessoa será salva, Deus deve tomar iniciativa.

Expiação para Todos (Artigo 2)

  • Deus amou o mundo e deseja que todas as pessoas sejam salvas e venham ao conhecimento da verdade.
  • Portanto, Deus entregou Seu único Filho para morrer pelos pecados do mundo todo de modo a proporcionar perdão e salvação a todas as pessoas.
  • Enquanto Deus providenciou salvação para todas as pessoas pela morte substitutiva e sacrificial de Cristo para todos, os benefícios desta morte são recebidos pela graça mediante a fé e são eficazes apenas aos que creem.

Livre pela graça {para crer} (Artigo 4)

  • Devido a Depravação Total e a Expiação para Todos (como descrito acima), Deus chama a todas as pessoas em todos os lugares para se arrependerem e crerem no Evangelho, e graciosamente habilita àqueles que ouvem o Evangelho a responder positivamente em fé.
  • Deus regenera aqueles que creram em Cristo (Fé precede logicamente a regeneração).
  • A graça salvadora é resistível, o que significa que ele dispensa seu chamado, projeto, e graça capacitadora (que nos traria salvação se respondida com fé) de tal forma que possamos rejeitá-la. Aqueles que ouvem o Evangelho podem ou aceitá-lo pela graça ou rejeitá-lo para sua eterna destruição.
  • Além do âmbito de agradar ao Senhor e fazer o bem espiritual, as pessoas geralmente têm livre arbítrio, o que significa que, em relação a uma ação, eles podem ao menos realizar a ação ou negar-se a tal. Geralmente as pessoas têm escolhas genuínas e são, portanto, correspondentemente capazes de realizar escolhas.
  • Deus tem livre arbítrio supremo e absoluto. Sua escolha de sobrenaturalmente libertar a vonta de pecadores pela sua graça para crerem em Cristo é uma questão do exercício de sua própria soberania e livre arbítrio.

Eleição Condicional (Artigo 1)

  • Deus soberanamente decidiu escolher apenas aqueles que teriam fé em Seu Filho Unigênito Jesus Cristo, para salvação e sua eterna bênção.
  • Deus pré-conheceu da eternidade aqueles indivíduos que creriam em Cristo.
  • Entre os arminianos, há duas visões diferentes sobre a eleição condicionada à fé:
  • Eleição Individual: A visão clássica na qual Deus individualmente escolheu cada crente baseado em Seu pré-conhecimento da fé de cada um e então predestinou cada um à vida eterna.
  • Eleição Corporativa: Eleição para salvação é primariamente para a Igreja como um povo e abraça indivíduos apenas numa união-em-fé com Cristo, O Escolhido, e como membros deste povo. Desde que a eleição individual deriva da eleição de Cristo e do povo corporativo de Deus, indivíduos tornam-se eleitos quando creem e continuam eleitos apenas enquanto crerem. (Para mais sobre eleição corporativa, veja aqui)

Segurança em Cristo (Artigo 5)

  • Desde que a salvação vem mediante a fé em Cristo, a segurança da nossa salvação continua pela fé em Cristo.
  • Exatamente como o Santo Espírito nos capacita a crer em Cristo, igualmente Ele nos capacita a continuar crendo em Cristo.
  • Deus protege nosso relacionamento de fé com Ele de qualquer força que irresistivelmente nos arrebate de Cristo ou de nossa fé, e Ele nos preserva em salvação enquanto confiarmos em Cristo.
  • Arminianos têm visões diferentes sobre se a Escritura ensina que crentes podem abandonar a fé em Cristo e então perecer, ou se Deus irresistivelmente mantém os crentes de perderem sua fé e portanto entrar em eterna condenação (como descrentes).

CALVINISMO


A posição calvinista pode ser representada pelo acrônimo TULIP:
  • Total Depravity – Depravação Total
  • Unconditional Election – Eleição Incondicional
  • Limited Atonement – Expiação Limitada
  • Irresistible Grace – Graça Irresistível
  • Perseverance of the Saints – Perseverança dos Santos

Estes são derivados do Sínodo de Dort, um sínodo local convocado em 1618-1619 na Holanda para contradizer e condenar os Artigos da Remonstrância. Aqui está uma breve explicação de cada ponto, com o respectivo número do Artigo da Remonstrância indicado para devida comparação:

Depravação Total (Artigo 3)

  • O mesmo que o ponto correspondente no arminianismo
  • Apesar de não diferirmos na descrição da depravação total, calvinistas acreditam também que este estado requer que Deus primeiro regenere o pecador antes que o mesmo creia em Cristo, fazendo-o vivo e dando-lhe uma natureza nova e santa. Mas a regeneração não apenas habilita o pecador a crer; ela irresistivelmente causa o pecador a crer.

Eleição Incondicional (Artigo 1)

  • Deus escolheu alguns indivíduos incondicionalmente na eternidade para a vida eterna de acordo com sua própria vontade, completamente à parte de qualquer coisa relacionada à pessoa incluindo mérito, boas obras, ou fé prevista.
  • Deus reteve sua misericórdia do restante da humanidade, ordenando-os para a desonra e ira devido a seus pecados.
  • Então, pelo decreto de Deus e para sua glória, algumas pessoas são incondicionalmente predestinadas para a vida eterna, e as outras são deixadas (e portanto ordenadas) à morte eterna devido ao seu pecado, fazendo-se assim dois grupos específicos e estáticos de indivíduos que jamais podem mudar. (Alguns calvinistas creem que Deus planejou glorificar seu nome escolhendo incondicionalmente alguns indivíduos para a bênção eterna e outros para o Inferno eterno, e que Deus ordenou a Queda e decidiu criar o mundo para atingir este objetivo.)

Expiação Limitada (Artigo 2)

  • Cristo morreu apenas por aqueles determinados indivíduos que Deus escolheu incondicionalmente na eternidade para a salvação, suportando a punição pelos seus pecados em seu lugar.
  • A morte de Cristo por aqueles que foram incondicionalmente eleitos os traz irresistivelmente à salvação e a tudo que for necessário para tal, incluindo arrependimento e fé em Cristo.

Graça Irresistível (Artigo 4)

  • Aqueles que Deus elegeu incondicionalmente, e por quem Jesus morreu, Deus os chamará irresistivelmente à fé em Cristo pela sua graça, mediante a regeneração (tornando a fé inevitável).
  • Quando Deus traz os pecadores eleitos a Cristo, ele irresistivelmente faz com que eles se tornem dispostos a vir a Cristo e a chegar a ele livremente em fé. (Enquanto estamos apresentando a visão calvinista objetivamente e normalmente sem comentários, a auto-contradição aqui é óbvia demais para deixar passar: “irresistivelmente os faz vir livremente e de boa vontade?”)
  • Enquanto Deus chama a todos sem distinção à fé em Cristo (o chamado geral), ele apenas chama aqueles que ele escolheu incondicionalmente de forma que não possam resistir (a chamada eficaz).
  • Aqueles que Deus não escolheu rejeitarão a chamada do Evangelho de sua própria vontade e não poderão fazer de outra forma.

Perseverança dos Santos (Artigo 5)

  • Aqueles que Deus incondicionalmente elegeu, e por quem Jesus morreu, e que Deus irresistivelmente atrairá para a fé em Cristo, inevitavelmente perseverarão em sua fé e não poderão nem totalmente nem finalmente cair da graça em Cristo, porque Deus irresistivelmente os faz perseverar. Portanto, seu destino de bênção eterna com Deus é seguro.
  • Esta perseverança não é baseada no crente – que pode vacilar e realmente cair em sério pecado por longos períodos de tempo – mas de fato é baseada na contínua graça de Deus.
  • Aqueles que parecem ser crentes, mas caem da fé e morrem sem Cristo, demonstram que eles não tinham realmente obtido a fé salvadora em primeiro lugar.

META
Título Original An Outline of the FACTS of Arminianism vs. The TULIP of Calvinism
Autores Brian Abasciano; Martin Glynn
Link Original http://evangelicalarminians.org/an-outline-of-the-facts-of-arminianism-vs-the-tulip-of-calvinism/
Link Arquivado http://archive.today/7esE6

Reabertura Solene!

Esta será a nova casa do blog Credulo (agora, reloaded!)!

Não existe uma imensa razão para eu ter escolhido abandonar a plataforma Wordpress, além da falta de customização. Como o sistema de comentários Disqus é mais interessante e parrudo que os comentários comuns das engines nativas dos blogs, e o blogspot, além de muito popular, permite extensivamente estes hacks, resolvi retomar o blog credulo - que já está há mais de dois anos congelado, eu sei bem!

Infelizmente, terei a árdua tarefa de recolar todos os posts, pois não existem ferramentas para facilitar isso. Em compensação, já irei reformatar os ditos cujos em um novo figurino, e corrigir eventuais deslizes. Então, não haverá "novidades" por um período considerável de tempo. Peço-lhes compreensão...

Bem, para não dizer que não haverá novidades em absoluto, trarei também posts pessoais, e não apenas traduções de artigos de outros blogs; em outras palavras, integrando o "Deforming Blindness" - é meio insano cuidar de dois blogs com o mesmo objetivo!

Enfim, estejam livres - no sentido libertário do termo! - para desfrutar deste blog!

Um forte abraço!

Credulo